Nos últimos anos, falando especialmente de economia, o mundo passou por uma série de transformações, desde a escala macroeconômica até a micro, de modo que manter o orçamento em dia tornou-se cada vez mais difícil para uma parcela significativa de trabalhadores.
De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em novembro de 2024, 77% das famílias brasileiras estavam endividadas, número que representa um aumento de 76,6% em relação ao mesmo período de 2023. Esses dados denotam a importância de ter controle dos gastos mensais.
De fato, em um mundo em constante mudança, em meio a uma série de despesas tanto fixas quanto variáveis, conseguir equilibrar o dinheiro que entra e o que sai exige planejamento e, acima de tudo, disciplina. Pensando nesse cenário, os benefícios corporativos podem ser grandes aliados dos trabalhadores, especialmente o vale-alimentação.
Como o vale-alimentação pode ajudar a organizar o orçamento mensal?
O vale-alimentação está entre os benefícios mais valorizados no universo do trabalho. Trata-se, portanto, de um valor mensal extra que a empresa oferece ao trabalhador para custear a alimentação. Ele funciona da seguinte forma: todos os meses, a empresa repassa ao seu funcionário um valor determinado, seja em dinheiro físico ou por meio de um cartão específico.
Esse benefício possui uma série de impactos positivos em termos de gestão financeira para o trabalhador. O primeiro é a própria organização com gastos mensais relativos à alimentação.
Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), nos últimos cinco meses, os preços dos alimentos e bebidas nos supermercados subiram significativamente, de 4,83% para 5,4%, superando a inflação de todo o ano de 2024.
Considerando a atual realidade brasileira, esse benefício permite que o trabalhador não comprometa uma parcela significativa do seu salário com os gastos do mercado. Essa divisão dos recursos também permite o alargamento do salário, proporcionando mais previsibilidade e controle orçamentário.
Isso porque, segundo o Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF), os gastos com alimentação, em 2024, tomaram um quinto do orçamento das famílias brasileiras.
Esse processo nos leva a outro aspecto positivo que enfatiza como o benefício pode ser aliado do trabalhador na gestão orçamentária. Considerando que, a partir dele, não é necessário investir salário em despesas básicas, o valor que seria gasto com alimentação pode ser redirecionado para, por exemplo, uma reserva de emergência.
Além disso, dependendo do tempo e do dinheiro economizado neste processo, pode ser possível fazer pequenos investimentos, quitar dívidas de outros tempos que podem estar pesando no bolso, entre outros. O benefício, por si só, reduz significativamente a dependência do crédito para compras básicas, diminuindo também o risco de criar novas dívidas e tornar-se refém dos juros.
No fim, organizar os gastos com alimentação é um passo importante na hora de equilibrar o orçamento. Benefícios como o vale-alimentação, por exemplo, permitem cobrir essas despesas sem comprometer o salário, o que pode abrir espaço para economizar ou investir.
Ter consciência sobre o valor disponível e planejar as compras dentro desse limite pode trazer resultados expressivos no orçamento, tanto no curto quanto no longo prazo.